As festas de colheita são celebrações tradicionais que marcam o fim de um ciclo agrícola e o início de outro, homenageando a fartura da terra e agradecendo aos esforços dos trabalhadores rurais. Presentes em diversas culturas ao redor do mundo, no Brasil elas assumem formas únicas, carregadas de religiosidade, música, dança, gastronomia típica e muita alegria.
Essas festas refletem a identidade e os costumes de cada região, unindo comunidades em momentos de fé, gratidão e confraternização. Seja no interior do Rio Grande do Sul, nas serras de Minas ou nos campos do Nordeste, as festas de colheita reforçam o vínculo entre o povo e a terra — e revelam um Brasil profundo e riquíssimo em cultura.
Neste artigo, você vai descobrir onde encontrar as principais festas de colheita no Brasil, como participar, como chegar aos eventos e onde se hospedar para aproveitar ao máximo essa experiência encantadora. Se você está em busca de um turismo autêntico e cheio de sabor, siga com a leitura!
O que são as Festas de Colheita?
As festas de colheita têm raízes ancestrais e estão presentes em diversas culturas ao redor do mundo, sempre associadas a rituais de gratidão pelos frutos da terra. No Brasil, essas celebrações chegaram com os imigrantes europeus — especialmente alemães, italianos e portugueses — e se misturaram às tradições indígenas e afro-brasileiras, criando uma rica diversidade de expressões culturais.
Historicamente, essas festas simbolizam o fechamento de um ciclo agrícola: o momento em que a colheita é concluída com sucesso e a comunidade agradece pela fartura. Elas servem também como uma pausa no trabalho do campo, um tempo de confraternização e renovação das esperanças para a próxima plantação.
No Brasil, cada região imprime sua identidade única nessas celebrações:
No Sul, as festas trazem forte influência europeia, com desfiles, trajes típicos e culinária à base de uva, milho e trigo.
No Sudeste, eventos como a Festa do Morango misturam tradições rurais com atrações modernas, tornando-se verdadeiros festivais gastronômicos.
No Nordeste, o clima de festa é embalado por forró, quadrilhas e muita comida de milho, em celebrações que se confundem com as festas juninas.
Na região Norte, produtos típicos como o açaí ou a mandioca ganham destaque em festivais que valorizam a cultura local e a sabedoria das populações ribeirinhas e indígenas.
No Centro-Oeste, as festas costumam ter um caráter mais comunitário, com missas, leilões, feiras e apresentações folclóricas que unem gerações.
Elementos como música tradicional, danças típicas, barracas de comidas caseiras, desfiles de carroças decoradas, missas de ação de graças, e até recriações de antigas colheitas estão entre os destaques dessas festas. Em todas elas, há um sentimento comum: a gratidão pelo alimento e a celebração da vida no campo.
Onde Encontrar Festas de Colheita no Brasil
Do Norte ao Sul, o Brasil celebra a colheita com festas que misturam fé, tradição e muita animação. Cada região tem sua própria forma de agradecer pela fartura da terra, com eventos que variam entre o folclórico, o religioso e o gastronômico. Confira alguns dos principais destinos para vivenciar essas experiências únicas:
Sul – Festa da Colheita em Nova Petrópolis (RS)
Com forte influência da cultura germânica, a Festa da Colheita em Nova Petrópolis, na Serra Gaúcha, é uma das mais tradicionais do Sul do Brasil. Realizada anualmente no Parque Aldeia do Imigrante, o evento une religiosidade e folclore, com desfiles de carroças decoradas, apresentações típicas e a bênção dos frutos da terra. É um espetáculo para os olhos e para o coração — tudo regado a cucas, linguiças e chopes artesanais.
Sudeste – Festa do Morango em Atibaia (SP)
Misturando o campo com o urbano, a Festa do Morango de Atibaia e Jarinu, no interior de São Paulo, é uma celebração da fruta símbolo da região. Além das barracas recheadas de doces e pratos com morango, o evento conta com shows musicais, danças típicas, exposições de flores e artesanato. É uma excelente opção para toda a família, com fácil acesso a partir da capital paulista.
Centro-Oeste – Festas Rurais em Goiás e Mato Grosso
Nas comunidades rurais do Centro-Oeste, especialmente em cidades pequenas de Goiás e Mato Grosso, as festas de colheita acontecem de forma mais intimista, mas não menos encantadora. Missas campais, feiras de produtos locais, danças folclóricas e almoços comunitários fazem parte do calendário anual. Em muitos casos, são organizadas pelas próprias famílias rurais, criando um ambiente acolhedor e autêntico.
Nordeste – Festa do Milho em Lagoa Seca (PB)
No agreste paraibano, a Festa do Milho em Lagoa Seca é um verdadeiro símbolo da cultura nordestina. A celebração gira em torno do milho, com destaque para pratos como pamonha, canjica e bolo de milho. Além das barracas de comida, o evento é recheado de apresentações de forró pé-de-serra, quadrilhas e shows ao vivo. A festa geralmente acontece no mês de junho, coincidindo com o ciclo das festas juninas.
Norte – Festa do Açaí no Pará
No coração da Amazônia, o açaí é muito mais que um alimento — é parte da identidade cultural. Em cidades como Igarapé-Miri (PA), são realizadas festas que celebram a colheita do fruto com regatas de canoas, concursos, danças regionais e, claro, degustação do açaí em suas formas mais autênticas. É uma ótima oportunidade para conhecer de perto a vida ribeirinha e a riqueza da culinária amazônica.
Seja para provar delícias locais, dançar ao som das tradições ou simplesmente sentir a energia da comunidade, as festas de colheita no Brasil são experiências imperdíveis para quem ama cultura popular e turismo com alma.
Como Participar das Festas
Participar de uma festa de colheita no Brasil é mergulhar em tradições autênticas, sabores regionais e muito acolhimento. Mas, para aproveitar ao máximo, vale se planejar com antecedência e conhecer alguns detalhes importantes sobre o funcionamento desses eventos.
Quando Acontecem?
As festas de colheita geralmente seguem o calendário agrícola local, acontecendo logo após o fim do ciclo produtivo — o que pode variar de acordo com a cultura (milho, uva, morango, açaí, entre outros) e a região.
Fevereiro a abril – Colheitas de verão: festas ligadas ao milho, uva e frutas em geral.
Junho a julho – Período das festas juninas, com forte presença das festas de colheita no Nordeste.
Agosto a outubro – Colheita de morangos, feijão e outras lavouras de clima frio.
Setembro a novembro – Colheitas amazônicas (açaí, castanhas), principalmente no Norte do Brasil.
A melhor forma de saber as datas exatas é consultar sites de turismo locais, redes sociais das prefeituras ou calendários culturais regionais, que costumam divulgar os eventos com antecedência.
Entrada é gratuita?
Na maioria das festas de colheita a entrada é gratuita, especialmente nas celebrações tradicionais e comunitárias. No entanto, algumas festas maiores, com atrações nacionais ou estruturas de shows, podem cobrar ingressos para áreas específicas ou para determinados dias.
Outras despesas comuns são com alimentação, produtos artesanais e souvenirs. Levar dinheiro em espécie ainda é uma boa ideia, principalmente em cidades pequenas com sinal fraco de internet.
Como Chegar
Uma das grandes vantagens das festas de colheita no Brasil é que elas acontecem em regiões de beleza natural e cultural únicas — o que também significa que, muitas vezes, estão fora das grandes capitais. Por isso, é importante organizar bem a viagem para garantir uma experiência tranquila e sem imprevistos.
De Avião: os aeroportos mais próximos
Se você está vindo de outra região do Brasil ou do exterior, a melhor opção é procurar o aeroporto mais próximo da cidade onde acontece a festa. Alguns exemplos:
Nova Petrópolis (RS) – Aeroporto Internacional Salgado Filho (Porto Alegre), a cerca de 100 km.
Atibaia (SP) – Aeroporto de Guarulhos (GRU), a 70 km.
Lagoa Seca (PB) – Aeroporto Presidente João Suassuna (Campina Grande), a apenas 15 km.
Igarapé-Miri (PA) – Aeroporto Internacional de Belém (Val-de-Cans), a cerca de 130 km.
Cidades rurais de GO/MT – Os aeroportos de Goiânia (GO) e Cuiabá (MT) são as melhores portas de entrada.
De lá, o ideal é alugar um carro ou usar transfer/hospedagens que ofereçam transporte até o local da festa.
De Carro: melhores estradas e tempo médio de viagem
Viajar de carro é uma ótima opção para quem quer explorar a região com liberdade e aproveitar a paisagem:
As estradas que levam até cidades turísticas costumam estar em boas condições, principalmente no Sul e Sudeste.
Aplicativos de GPS (Waze, Google Maps) são confiáveis, mas sempre tenha um mapa offline, já que o sinal pode falhar em áreas rurais.
Dica: programe paradas em pequenas cidades no caminho — muitas têm feiras e mirantes incríveis.
Tempo médio de viagem a partir das capitais:
Porto Alegre → Nova Petrópolis: 1h40
São Paulo → Atibaia: 1h30
Campina Grande → Lagoa Seca: 30 min
Belém → Igarapé-Miri: 2h30 a 3h de carro
De Transporte Público: é possível?
Em algumas regiões, o transporte público funciona bem:
Atibaia e cidades próximas de São Paulo têm ônibus regulares saindo dos terminais da capital.
Lagoa Seca é atendida por linhas de ônibus a partir de Campina Grande.
Nova Petrópolis também é acessível por ônibus intermunicipais que saem de Porto Alegre.
Já em áreas mais afastadas ou rurais, como no Norte e Centro-Oeste, o transporte público pode ser limitado. Nesses casos, vale considerar alugar um carro ou combinar caronas com outros participantes da festa (muitas prefeituras organizam vans ou excursões).
Reserve hospedagem com antecedência, especialmente em festas populares. As cidades pequenas costumam ter poucas opções e lotam rápido.
Consulte as redes sociais ou sites oficiais da festa — eles costumam informar sobre estacionamento, rotas alternativas e até serviços de transporte local.
Cuidado com o clima: verifique a previsão do tempo antes de viajar e esteja preparado para sol forte, chuva ou frio, dependendo da região e da época do ano.
Leve seu GPS carregado e, se possível, um chip local de internet — sinal pode ser instável em áreas rurais.
Onde se Hospedar
Parte da experiência de curtir uma festa de colheita no Brasil está também em viver o clima local — e isso começa pela escolha da hospedagem. Seja em hotéis confortáveis, pousadas charmosas ou hospedagens rurais, há opções para todos os estilos de viajante e faixas de orçamento. Mas atenção: essas festas costumam movimentar bastante o turismo regional, então reservar com antecedência é essencial.
Sul – Nova Petrópolis (RS)
Na Serra Gaúcha, você encontra desde hotéis com arquitetura germânica até pousadas em estilo enxaimel super aconchegantes. Para uma experiência mais imersiva, considere uma hospedagem rural com café colonial incluso.
Dica: Ficar no centro facilita o acesso ao Parque Aldeia do Imigrante, onde ocorre a festa.
Faixa de preço: R$ 180 a R$ 500 por diária.
Sudeste – Atibaia (SP)
Atibaia é bem estruturada para o turismo, com resorts, hotéis-fazenda, pousadas e Airbnbs. Durante a Festa do Morango, a cidade costuma ficar cheia, então vale garantir seu lugar com pelo menos 1 mês de antecedência.
Dica: Hotéis próximos ao Parque Edmundo Zanoni são ideais para curtir o evento a pé.
Faixa de preço: R$ 150 a R$ 600 por diária (há Airbnbs mais em conta para grupos).
Centro-Oeste – Goiás e Mato Grosso
Em áreas rurais, o ideal é procurar pousadas familiares ou hospedagens rurais nas cidades próximas às festas. Muitas vezes, essas opções oferecem alimentação típica e passeios pelo campo, tornando a experiência ainda mais autêntica.
Dica: Entre em contato com a prefeitura ou secretaria de turismo local — eles costumam indicar hospedagens parceiras.
Faixa de preço: R$ 100 a R$ 350 por diária.
Nordeste – Lagoa Seca (PB)
A cidade oferece opções simples, mas aconchegantes. É possível se hospedar em Campina Grande (15 km de distância), que possui melhor infraestrutura e mais variedade de hotéis e Airbnbs.
Dica: Se for durante o São João, os preços sobem — antecipe-se!
Faixa de preço: R$ 120 a R$ 400 por diária.
Norte – Igarapé-Miri (PA)
Na região amazônica, as opções são mais limitadas, mas ainda é possível encontrar hospedagens familiares, pequenas pousadas e hotéis simples em cidades vizinhas como Abaetetuba ou até mesmo Belém.
Dica: Algumas famílias locais oferecem hospedagem informal durante a festa — ótimo para quem quer viver como um morador.
Faixa de preço: R$ 80 a R$ 300 por diária.
Use plataformas como Booking, Airbnb e sites de turismo locais, mas também vale pesquisar por pousadas com sites próprios ou perfis nas redes sociais.
Verifique avaliações recentes e prefira lugares com boa nota em limpeza e localização.
Considere compartilhar hospedagem com amigos ou em grupo para economizar.
Entre em contato com a organização da festa: algumas oferecem pacotes com desconto em hospedagem + ingresso ou transporte.
Se você já está animado para viver uma festa de colheita no Brasil, aqui vão algumas dicas para garantir que essa experiência seja realmente inesquecível — da escolha dos melhores momentos até atitudes conscientes que valorizam a cultura e o meio ambiente.
Não perca essas experiências imperdíveis
Desfiles temáticos: Carroças decoradas, trajes típicos e apresentações culturais desfilam pelas ruas com alegria e beleza — vale chegar cedo para pegar um bom lugar.
Comidas típicas feitas por moradores: Nada de fast food — aposte nas barracas de pamonha, cuca, bolos caseiros, linguiças, pastéis e pratos típicos feitos com ingredientes frescos da colheita local.
Atrações culturais e religiosas: Desde missas campais até apresentações de grupos folclóricos, cada festa tem um calendário cheio de momentos que revelam o espírito da comunidade.
Feirinhas de artesanato e produtos locais: Uma ótima oportunidade para levar pra casa lembranças únicas e apoiar pequenos produtores.
As festas de colheita no Brasil são uma verdadeira celebração da terra, da fé, da cultura e da união das comunidades. Cada região imprime sua identidade nos rituais, nas músicas, nas danças e nos sabores — o que torna essas festas tão diversas quanto encantadoras. Do forró nordestino ao coral germânico do Sul, passando pelos aromas amazônicos e pela doçura dos morangos do Sudeste, essas celebrações revelam o coração do Brasil rural.
Mais do que eventos sazonais, elas são um convite para vivenciar o país de forma autêntica, com os pés no chão e os sentidos atentos. O turismo cultural e rural é uma forma poderosa de valorizar tradições, movimentar economias locais e criar memórias que vão muito além das fotos.
Então, que tal começar agora a planejar sua próxima viagem? Escolha uma festa que combine com você, monte seu roteiro, chame os amigos ou vá solo — e prepare-se para se surpreender com a beleza simples (e intensa) do Brasil que floresce nas colheitas.